Quem sou eu

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São Paulo, Brazil
Sempre fui exibida. Fazia ballet, pra ter plateia, redação pra ler na frente e dramalhão pra poder chorar. Dei muitas entrevistas pro Jô e Marilia Gabriela, olhando pro azulejo do banheiro. Cantei no chuveiro, venci todos os concursos de Miss Brasil em frente ao espelho 60 x 1,20 do meu quarto. Na escola me autointitulava “ atriz quebra-galho” da Globo, quando alguma atriz não podia fazer o papel na novela, eu entrava e substituía (tudo imaginário, até os autógrafos). Mas não era popular. Era a de todas as rodas. Me dava bem com as nerds, as gostosas, as chatas e a mais bonita. Sempre exercitei a política da popularidade e boa vizinhança. Hoje sou mãe, esposa, publicitária trabalhando em Marketing, dona de casa que faz tudo menos janta, e continuo metida, adorando aparecer!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ERA UM BIQUINI DE BOLINHA AMARELINHA...

Assim como o cinto, era talvez a última peça em se pensar em usar, dado o fato de não fazê-lo por 1 década de gordice. Uma escapulida e outra, claro, num feriado no sítio, uma louca viagem à Natal ou à tardinha na piscina do prédio da São Vicente, diga-se de passagem um prédio só de velhinhos, então era fácil, eu e meus 90kg borboleteando de biquini n'água. Mas não eram biquinis normais, eram umas faixas enormes com calçolas maiores ainda, esquisitos, largos e listrados. Parecia a "hipopótama" de Madagascar. Esperava todos os olhares me cruzarem e vivia mais dentro d'água do que fora, pra evitar frustrações desnecessárias. Sol, nem pensar, pra quê? Afffff, até queimar esse corpanzil todo, já seria inverno de novo... Gozado, que quando eu era criança, adolescente sei lá..., os biquinis ficavam ali na gaveta, de um ano pro outro, sem qualquer cuidado, sem qualquer medo de sairem de moda ou não servir pro próximo verão. A gente chegava, pulava do carro, colocava o 1º ser da gaveta, de preferência o mais curto e ia pro Sol. E por lá moscávamos, com nossos Raytos e óleos de urucum, em busca da cor do pecado. Aos 26 a coisa mudou, os biquinis viraram maiôs, o sítio foi vendido, o Sol desapareceu, a gordura tomou forma, o trabalho consumiu o lazer, e a neura apoderou-se de todo o resto. 10 anos! 10 anos de clausura!! Dos 26 aos 36. Mas esperar é divino! O 1º nó na garganta veio ali mesmo no provador da loja. Foi difícil escolher um modelo, já que ando meio perdida nas minhas atuais numerações, pois pulo do 46, pro 44 e 42 em 2 semanas... sei lá, se é M ou G...vai que é P??? rs Quanta ironia!! Lá fui eu, com 3 peças de biquinis iguais e tamanhos optativos. De cara descartei o G! "G é pra gente Grande..., não sou Grande!!!!" rs... A adrenalina escorrendo linda num rosa choque de fazer inveja à qualquer Barbie..., minha deusa interior ( a lá 50 tons de cinza), dando cambalhotas mortais vislumbrando a água lá embaixo, no trampolim de 10 metros de altura... O nó na garganta cada vez mais atado. Me estrangulando!! M foi o veredito! Gostei de ficar no mediano, nem tão Olivia Palito, nem tão Fiona. Ficou perfeito! Me contive na emoção e segurei a onda pra extrapolar na hora H. Chorar de alegria dentro de um provador, seria ridículo, né Cristiane? E num feriadíco qualquer, completamente anônima e sem nenhum olhar de rejeição, o Sol voltou a sorrir pro meu biquini M!