Quem sou eu

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São Paulo, Brazil
Sempre fui exibida. Fazia ballet, pra ter plateia, redação pra ler na frente e dramalhão pra poder chorar. Dei muitas entrevistas pro Jô e Marilia Gabriela, olhando pro azulejo do banheiro. Cantei no chuveiro, venci todos os concursos de Miss Brasil em frente ao espelho 60 x 1,20 do meu quarto. Na escola me autointitulava “ atriz quebra-galho” da Globo, quando alguma atriz não podia fazer o papel na novela, eu entrava e substituía (tudo imaginário, até os autógrafos). Mas não era popular. Era a de todas as rodas. Me dava bem com as nerds, as gostosas, as chatas e a mais bonita. Sempre exercitei a política da popularidade e boa vizinhança. Hoje sou mãe, esposa, publicitária trabalhando em Marketing, dona de casa que faz tudo menos janta, e continuo metida, adorando aparecer!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"CANTADAS"

Meu trajeto até o trabalho não é digamos, dos mais boniiiiiiiiitos de se encarar. Ando umas 2 quadras bem grandes até chegar ao metrô Bresser, encaro uma baldeação na Sé e desço na Luz, no meio de uma Cracolândia recém “desnoiada”, mas com piriguetes e travecos amanhecidos do fervo da madruga. Do metrô até o Triunfo também não é dos mais agradáveis não. Passo por cortiços, camelôs, uma avenida movimentadíssima cheia de botecos, hotéis velhos e pensões, até me esconder em Alcatraz (apelido do meu carinhoso quartel general de trabalho). Só que hoje, teve um gostinho diferente. Nesse trajeto de sei lá, de uma meia hora, senti olhares, recebi cantadas e bom, o lance da padaria melhor deixar pra lá. O cara mexeu comigo da hora que eu entrei até a hora que saí. Constrangedor até, vai. Pô sou mãe de família!! Não tô mais acostumada com esse tipo de situação!! É muuuuuuuuuito estranho! Mas ao invés do barraquinho que normalmente eu daria..., deixei..foi o tempo de comprar um suco (light, arght!). Mas que é surreal a experiência, isso é! Primeiro porque desde que me casei, e lá se vão quase 10 anos, nunca dei brecha pra isso, claro. Segundo, porque nunca mais esperava ser notada, assim tão descaradamente. Mas a situação é outra. Parece que o ego grita bem de dentro pra fora pra que isso aconteça. São açõezinhas cotidianas, pequenas..., mas quando vejo, já estou dentro dela. Não provoco situação nenhuma, nem me dou a desfrute..., mas é a tal autoestima brotando. Ontem mesmo, não tive o menor pudor em entrar numa loja de cosméticos bacanas e renovar toda a minha necessaire de maquiagem. Até iluminador bronzeado em tom CANELA eu comprei. Ah!!! Comprei mesmo! Eu mereço! Roupas eu até tentei, mas me segurei pra não gastar ainda. Visto uma calça jeans que não servia aqui, coloco um lenço colorido no pescoço, tiro um sobretudo e uma bota que não usava e pronto. Me monto toda e saio balançando por aí e os olhares aparecem... O cabelo deu uma melhorada boa depois que passei um Chocolate da L'Oreal. Tanto líquido e proteína na fase da dieta acho que colaboraram pra isso. A pele também tá mais sedosa, muita água de côco e gelatina!! A pança sumiu, a perna afinou, a bunda diminuiu. Aos poucos aquela “casca” obesa se desfez, aquela sensação de mulher-monstro toda grandona acabou. Me olho no reflexo de carros e vitrines nas ruas e não vejo mais a Fiona, dou passagem pra uma “obesinha” normal, ainda fora do peso, mas leve e tão de bem com a vida, que somente os olhares dos admiradores mais secretos podem captar. Fiu fiu pra mim!!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

AMANDO AS ROUPAS VELHAS

E eu que juraaaaaaaava que nunca mais elas iriam entrar. Só não me livrava delas porque a teimosia era sempre maior. “Vou fazer um regiminho, e elas já já entram”! Arrã! Estavam ali, sei lá, 3, 4 anos...esquecidas e embolorando dentro do armário. Mas essa semana criei coragem pra experimentá-las de novo. Peguei uma blusinha velha, depois a calça jeans, e até um cinto. Isso mesmo! Um cinto! Acessório que nem com reza braba dava pra usar nesses últimos anos. E ele me esperou. Pacientemente e quietinho no canto dele...meu cinto! Único cinto que eu tenho. Comprado num Mercado Mundo Mix de 1994. Atingiu a maioridade, fez 18 aninhos, desprezado e esquecido num mundinho magro de faculdade. Couro e textura, todo coloridinho, fiel escudeiro!
Fui colocando bem devagarinho porque a sensação de broxar seria de uns 80%. Ele foi passando pela calça, furo 1, 2, 3. Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau!!! A borbulha de sentimentos é indescritível! Agora entendo porque minhas amigas operadas se chamam de “borboletas”. Acho que foi a sensação mais parecida que já senti. A de uma borboleta mesmo. Leve, colorida, toda borboleteando no seu cinto velho com sua calça jeans velha e sua blusinha mais velha ainda, mas numa felicidade maior que cheiro de roupa nova! E elas estão servindo gentem! Uma a uma, nem tão na moda, nem tão na estação, mas servindo! Acordando de um estado de dormência que já durava anos, que nem beijo de príncipe encantado tinha dado jeito na princesa que eu era.

terça-feira, 8 de maio de 2012

"MEIO" PUTA

Sim! “Meio” puuuuuuta da cara mesmo! Não totalmeeeeeeeeeente, “meio” tá bom! Porquê? Oras, porque entrei na 7ª semana de dieta considerada normal, podendo experimentar de tudo um pouquinho, com algumas restrições, mas podendo comer comida normal: arroz, feijão, salada, legumes, ovos, carnes, cereais, pães, queijos, frutas picadas, massas...ou seja, era pra eu tá bem feliz, mas tô “meio” puta mesmo. Mastigar é ainda um grande desafio, e um big sacrifício. Mastigo, mastigo, mastigo e quando engulo, a coisa cai queném bomba. Bum! E dói, dói imediatamente. Aí desencano de comer e penso que já atingi os 200 gramas permitidos. Tô numa fase de que a hora do almoço e jantar são verdadeiras torturas, quando deveriam ser momentos de êxtase. Tenho preguiça de preparar a comida, servir pouquinho e pensar em mastigar. É feio pensar assim, eu sei, mas é minha realidade e jurei não mascará-la em momento nenhum. Esse blog é antes de tudo, um relato, um diário do que venho passando, e ando numa fase chata, bem chata pra comer e encarar as coisas. O paladar tá mais apurado, então fatalmente sinto o gosto além do tempero e do trivial. Chego a sentir a farinha, o azeite, o sal, o resquício de glúten e amido das coisas. Não gosto de repetir a comida, pois enjoô logo. Esses dias comi um escondidinho de mandioquinha com carne moída que tava dos deuses. Mas só consegui comer uma vez. De tão escondidinho, ficou escondido até ontem no fundo da geladeira porque simplesmente esqueci dele. E fica difícil variar. Ovo doeu, arroz doeu, feijão pesou, atum enjoou, a cenoura que eu tanto queria, arghhht, que eca pensar nela! Nunca pensei que fosse sentir saudades dos caldinhos! Era tão mais prático! E agora como o emagrecimento é mais lento, rola uma putice por conta disso também. As pessoas me vêem e esperam que eu atinja 20, 25kg, mas eu só eliminei 16. Geeeeeeeeeente, 16 kilos!!!! Num tá de bom tamanho pra 40 dias??? Essa insistência e cobrança me matam. E eu fico puuuuuuuuuuuuta! Meio puta! Não, não!! Com o lance dos kilos eu fico puta mesmo, beeeeeeeeeem puta, puuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuta de verdade, puta pra cacete!!!! Semana que vem não perca as novas experimentações: pizza, churrasco, japa, embutidos...vamos ver se vai doer!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A ARTE DE ENTALAR

Tudo parecia flores até essa 6ª semana de dieta. Pães, macarrão, requeijão, risotos lights, legumes cozidos, ovos mexidos..., enfim...quase uma vida normal, certo? ERRADO! Erradíssimo!! Me empolguei demais nessa parte (segui o fracionamento, o período, certinho, calma!), mas cometi um erro fatal, ou melhor dois. Já havia comentado da mastigação, que ela é hiper importante e que precisa ser exaustiva, mas vou confessar logo de cara que não mastiguei muito e aí sofri as consequências. Dói quando chega ao estômago, pesa e dá um desconforto horroroso. Outro erro grande foi esquecer as frutas. Essa semana simplesmente comi pouca fruta, resultado: entalei! Entalei absurdamente, por cima e por baixo. Tudo começou na sexta a noite. Lá pelas 8 me tranquei no banheiro e achei que em meia hora estaria tudo resolvido, era só fazer uma forcinha... Já fazia uma semana sem banheiro e aquilo tava subindo pro cérebro. A semana foi bem corrida de trabalho e de Lucas (que agora é astro de comerciais de TV), então não tive muito tempo pra varias a minha maleta de alimentos e tampouco de me dedicar à arte de “ir aos pés” - como dizem os gaúchos. Fiquei lá olhando o azulejo, o Jornal Nacional, a novela e quase todo o Globo Repórter. A dor vinha, mas nada de acontecer, e eu suando frio e fazendo hematomas de tanto apertar as pernas. Era um abacaxi tentando passar numa agulha!!!! Não tinha jeito!!! Só pensava nas frutas...porque eu não comi um mamãozinho, meu Deus? Meio mamão já ajudava!! Uma perinha?? Uma raspinha de pera?? Foram quase 3 horas de dor, suor e lágrimas. Não chorei compulsivamente, mas elas escorreram, silenciosamente. Pior que parir normal!! Depois de me acabar em forças, o bicho nasceu. Enorme e monstruoso e eu ali, fraca de sair agachada, querendo banho e cama o mais depressa possível. No dia seguinte, Jacareí! Iogurtes e polenguinhos na viagem não supriram minha fome e cheguei lá, quase perto do meio-dia, varada!! Bem na hora, minha irmã tinha feito de aperitivo uns bolinhos assados de espinafre e azeite. Super inocentes, cheirosos e suculentos. Abocanhei 2, do tamanho de uma almôndega, um de cada vez, tentando comer lentamente... Preciso comentar esse tipo de experiência gente, sorry! Eu sei que até aqui foi tudo legal, engraçado e inspirador pra vocês, mas preciso falar dessa parte chata. Mil desculpas que tá quase na hora do almoço, se não quiserem ler, não sigam a diante. Até que passei bem pela sensação do “entalamento”. O que entendi é que se tivesse comido apenas 1 bolinho já estaria saciada, mas a ogra aqui resolveu forçar o segundo, como se estivesse apta a levar uma vida de comilança normal. Ledo engano de novo. Bateu e voltou muito rápido, aí foi aquele festival de botar pra fora e chorar. É!! Eu choro quando vomito. Fico ali, vomitando, chorando, reclamando baixinho com dó de mim por aquilo estar acontecendo..., enfim, algum trauma afetivo escondido que um dia vou contar pra minha psiquiatra e tentar resgatar. Durou uns 5 minutinhos o chororê e a vomitância. Nem quis passar perto dos bolinhos o feriado todo. Esse foi o entalamento por cima. Os dois entalamentos serviram de lição. Mastigar e comer mais frutas. Segunda dica bem importante pra esse semana de dieta que começa a parecer normal com pedaços de frutas e legumes maiores, introdução da carne moída e até pão francês. E frutas, claro!!! Muitas frutas!! Vamos ver se essa semana sofro menos. A medida que alimentos sólidos vão sendo introduzidos, pra mim, pelo menos, fica mais difícil intercalar a variedade. Acabo indo no mais prático e ao alcance da mão. E é aí que a coisa pega! Preciso me policiar mais, afinal, agora é que começa a fase de reeducação pra valer. Uma novidade importante daqui pra frente. Cheguei no peso que estava antes de engravidar: 85 kg, 16kg a menos dos 101 kg iniciais. Vamos ver como vai ser brincar de emagrecer sem entalar de novo! Rezem por mim, de preferência, sem abacaxis!