Quem sou eu

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São Paulo, Brazil
Sempre fui exibida. Fazia ballet, pra ter plateia, redação pra ler na frente e dramalhão pra poder chorar. Dei muitas entrevistas pro Jô e Marilia Gabriela, olhando pro azulejo do banheiro. Cantei no chuveiro, venci todos os concursos de Miss Brasil em frente ao espelho 60 x 1,20 do meu quarto. Na escola me autointitulava “ atriz quebra-galho” da Globo, quando alguma atriz não podia fazer o papel na novela, eu entrava e substituía (tudo imaginário, até os autógrafos). Mas não era popular. Era a de todas as rodas. Me dava bem com as nerds, as gostosas, as chatas e a mais bonita. Sempre exercitei a política da popularidade e boa vizinhança. Hoje sou mãe, esposa, publicitária trabalhando em Marketing, dona de casa que faz tudo menos janta, e continuo metida, adorando aparecer!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

AMANDO AS ROUPAS VELHAS

E eu que juraaaaaaaava que nunca mais elas iriam entrar. Só não me livrava delas porque a teimosia era sempre maior. “Vou fazer um regiminho, e elas já já entram”! Arrã! Estavam ali, sei lá, 3, 4 anos...esquecidas e embolorando dentro do armário. Mas essa semana criei coragem pra experimentá-las de novo. Peguei uma blusinha velha, depois a calça jeans, e até um cinto. Isso mesmo! Um cinto! Acessório que nem com reza braba dava pra usar nesses últimos anos. E ele me esperou. Pacientemente e quietinho no canto dele...meu cinto! Único cinto que eu tenho. Comprado num Mercado Mundo Mix de 1994. Atingiu a maioridade, fez 18 aninhos, desprezado e esquecido num mundinho magro de faculdade. Couro e textura, todo coloridinho, fiel escudeiro!
Fui colocando bem devagarinho porque a sensação de broxar seria de uns 80%. Ele foi passando pela calça, furo 1, 2, 3. Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau!!! A borbulha de sentimentos é indescritível! Agora entendo porque minhas amigas operadas se chamam de “borboletas”. Acho que foi a sensação mais parecida que já senti. A de uma borboleta mesmo. Leve, colorida, toda borboleteando no seu cinto velho com sua calça jeans velha e sua blusinha mais velha ainda, mas numa felicidade maior que cheiro de roupa nova! E elas estão servindo gentem! Uma a uma, nem tão na moda, nem tão na estação, mas servindo! Acordando de um estado de dormência que já durava anos, que nem beijo de príncipe encantado tinha dado jeito na princesa que eu era.

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